sábado, 8 de setembro de 2012

11 de setembro



Eis que surge no céu da nação uns pássaros de lata
Planejando  história, fazendo heroísmo 
Cansado da vida, cansado do pão velho amassado
Cansado de tanto ter que beber, óleo negro apenas

Os pássaros tinham olho de águia, focado em sua presa
E com forças reunidas para caçar foi ao alvo sem vacilar
E comeu tanta carne e concreto que foi a ultima refeição
Um pássaro, um lindo urubu em cima de um banquete tão fresco, antes tão farto

E uma nuvem de dinheiro se levantou
Enquanto caia como uma pena um amontoado de cabeças
Que ouviam gritos aplaudindo e chorando, 
 Era vitoria? Era dor? Era terror! Era um olho sorrindo

Morreu o pássaro feliz?
Abaixo dele corpos vestidos de azuis vermelho e branco
E ao redor deles, pessoas verdes, amarelas,
 brancas, pretas, laranjas e todas as outras cores de bandeira

Apenas uma maneira de não saber
O que significa um amontoado de memórias
O que ser ou dizer, uma vida ou morte
Uma sorte de ter no chão um dente de gigante.