domingo, 3 de novembro de 2013

Veneno de Amor

Tempo, tempo, tempo
Quem lhe levou, o vento?
No momento do sentimento
Apenas eu querendo de volta o tempo

Pois a saudade é de verdade
Do tempo de pequeno
Ainda inocente não sabia
O perigo do veneno

Só já com idade
entendo o sabor da saudade
E a liberdade no horizonte
É apenas um desenho abstrato

Se assim de dor cicatrizada
e uma alma castigada
Seria o veneno o amor?
É esse meu temor

Se dele vivo, se dele me banho
A saudade que tenho não é de meu eu pequeno
É do amor
Dele que na verdade é meu veneno

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Do rio que me lava

A um tempo éramos unidos
Culminados na vontade da felicidade
Éramos sonho fácil
Da rosa morena de pele dourada

Mas o meu ser assim liberto, de tanto livre querer ser
Não sei ao certo, o momento que encontro eu
Do leste a Oeste apenas via as cores do amanhecer
De norte a Sul o vento que cunhava o semblante teu
Fazia-me recordar os olhos do amor que já morreu

Na beira do rio
De água de desce calma
Que leva e lava a alma
Me jogo e me lavo
Faço-me escravo, dos desejos próprios meus

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

No amago de seu novo ser

No seu olhar, no seu alimentar
No jeito de sentar e sentir o vento
No amor seu que jorra dos olhos
No corpo seu que balança com cuidado
Em novo modo de ser, pelo ser amando

E o seu olhar que agora brilha em dobro
E sorri muito além dos dentes
O cabelo corado
Do semblante dourado

A vida que agora alimenta uma outra
Sente dentro de si o outro ser
Que um dia olhará para cima de mãos estendidas
E você feita nova mulher
O vai amar nas velhas tristezas perdidas

No sorriso corado, no cabelo dourado
No semblante sorrindo
E no dente dourado
No alimentar, amamentar

Quem lhe olha agora de barriga sabe
Sem nada dizer
Que de ti vira a luz
Um novo ser que iluminara teu mundo e seu modo de ser

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Os dias de mascaras de batom

Estava eu ao espelho vendo as cores do meu olho
E percebi que já não me via mais como imaginava
As cores mortas no espelho, mostrando que a esperança acabava
Que de criança inocente só restava a inocência

Vi então pela janela os dias que eu passava sem perceber
Que agora estão cheios de pessoas vazias
De bocas pintadas por batons que não regram mais o que dizer
Bocas coloridas cheias de palavras macias
Mas que de nada valem, se não a tem como valor

Onde estão os caras pintadas?
Que faziam da inteligencia algo interessante e revolucionário?
Estão no armário ou mortos pela falta de vida?
Em que momento veio a mim essa solidão?

No espelho esperava a solução
Se por acaso em um caso ela se case com o ser
E que retome o poder
De não pensar e nem falar em vão

E apenas na saudade das mascaras teatrais
Que desenhavam arte em um palco
E não das pessoas que eram para ser leais
Que fizeram minhas diferenças se tornarem tão iguais



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Me leve ao som dos passáros

me leve para outo lugar
Onde eu vá te olhar
Sorrir e apontar o céu

Enquanto no vácuo
viaja meu silêncio
levando nos cumes as antigas dores

E se sou feito de amores
O que seria de mim
se acaso das selas viessem os corações?

Ou neles ficassem pressos
O que seria do mundo?

O ventre da gente
está cheio de pássaros
que cantam com a vinda da primavera

Ouça a musica
Não se engane
Se apaixone

Dentro de cada um existe a melodia
Parei de escrever
Aqui dentro de mim ouço um pássaro gritando
(mais que cantando)
Com as borboletas no estomago

Irei agora ao jardim. Ela
Os pássaros e as borboletas pedem
E eu apenas quero ouvir a canção que vem de mim.

No cume da montanha estarei
e lá me embebedarei
Da musica no ar
Dos pássaros que se fazem cantar

domingo, 30 de junho de 2013

Banho de vida

Minha sede de viver
Não pode ser saciada pelo simples fato de respirar
Minha fome de gente
Não pode ser saciada por mulheres comidas

Tenho sede de viver
Tenho vontade de vir e ver
E não basta da água beber
Não basta ter olhos abrindo e fechando, piscando

Minha sede de viver
Pode ser matada se a água eu beber
Mas que seja da água do riacho que me banho
Que seja da água da chuva que me faz pular na rua

Espero algo mais da vida
Quero bons livros ler
Quero rimar e ouvir Carlos Gomes
Quero mais que respirar, quero, AMAR
Quero a vida e não apenas viver

Que seja eu assim o desespero
A tristeza por um dia não ver arte
Um dia de ócio faz parte
Mas a mim dias assim fazem mal
São tempos perdidos
No relógio de ponteiro

Da vida espero sim
Ter a alma calma
E ao mesmo tempo em reboliço
Por não ter feito isso, e ter outra coisa escolhido

Não importa o que aconteça
Basta que não apenas respire
Que o coração não apenas bata
Mas exploda e bagunce a cabeça

E de olhar nos livros de rima
Ou mesmo na literatura
Que se encontre uma partitura para o subconsciente
Que acalma a agente
E sacie a sede de viver
Se não houver tempo para a chuva
ou d´água daquele riacho beber.





domingo, 9 de junho de 2013

Dança quadrilha

Pula fogueira, Ai! Ai!
Pula de sorriso bonito
Pula de pé leve 
Pula de cabelo moreno

Ela é minha companheira
Aquela que vai lá longe sorrindo
Levando olho de brilho
Enquanto pula a fogueira

Não sou parceiro de festa junina
Sou apenas ouvinte
Dela que pula e canta
Não me importa em ela dançar com outro
Quando sei que o motivo da dança dela sou eu

De vestido de bolinhas vermelhinhas 
De cabelo encaracolado
E um queixo furado, sexy
De leveza fácil minha
Lá vai ela dançando junina

E fico eu aqui de sorriso marginal
Olhando ela dançar para mim
Fico estatua feito o poste
Orgulhoso, de naquele rosto ter um sorriso meu




sexta-feira, 7 de junho de 2013

Quando se foi meu amor

Quando se foi meu amor
Quando tudo foi mudado
O chão se abriu em terror
Se fechou o céu, o dia perdeu os raios de sol

Quando se foi meu amor
Surgiu o fim
Afundei em labirintos dentro de mim
Era esse meu temor

Quando se foi meu amor
Acabou as saídas as fugas e o cordão de Dédalo
As paredes foram destruídas
Por ventos de furacão

Ventou, choveu
Um pedaço meu morreu

Quando se foi meu amor
Desmoronou meu castelo de areia
De pedras do mar nas portas e janelas
Onde eu cativava ela, minha sereia

Quando se foi meu amor
fiquei com as memórias
das tantas brigas contadas
das histórias da mulher pirada
Que achei que seria eternamente minha

É, quando se foi meu amor
fiquei despedaçado na depressão
Apenas com pedaços de uma velha paixão
Por aquela mulher que me fazia feito arte

Ventou choveu
O meu amor morreu


sexta-feira, 15 de março de 2013

Quando surgir os Aliens

Quando vir o novo mundo nos buscar
Para nos salvar da natureza
Para nos ensinar a viver, ensinar a amar
Para encarar de jeito certo a dureza

Quando chegar aqueles monstros de olhos arregalados
Aqueles que vem de outra galaxia
Para nos salvar dos mares que estão subindo
das arvores que estão caindo, dos lares congelados
Eu irei com prazer de olhos arregalados
Apenas para ver os paradigmas se diluindo

O céu ficará metálico
 OVINIS por toda parte
descendo e subindo
Enquanto nosso mundo vai caindo

E assim sem escolha e sem terra
Iremos a outro planeta
Levados pelos Aliens
Para aprendermos a sobreviver
Viver, Sobreviver e falar sobre viver
Em um lugar sem dinheiro
Sem pessoas feitas de bem materiais
E assim todos serão leais a própria identidade

Quando formos abduzidos
Um novo mundo Surgirá
Cheio de liberdade, igualdade e fraternidade
Lemas de verdade
Não será revolução apenas de teorias

Não vejo a hora de não sermos mais terráqueos
E sim novos Aliens, mas não alienados cheios de temores
Apenas seres de um novo planeta
Sem antigos termos, apenas com novos amores




sábado, 9 de março de 2013

Novos Horizontes da imaginação

Quem nessa vida já percebeu
Que as melhores coisas, vem da imaginação
Do universo que nos vem de olhos fechados
Que aparece do som, da poesia, da paixão

E assim deitado na imaginação
me vem um universo novo
Que teima em me mostrar 
O quanto é bom imaginar


Quem nunca teve aquele beijo

Aquele abraço, aquele sexo na imaginação?
Quem nunca se transportou para outra galaxia
para matar as próprios desejos da carne?

Queridos amigos, queridas pessoas de sorriso amarelo
Não me enganem, me interesso em saber
Contem-me onde fica seu mundo paralelo?
Quero visita-los lá

De mãos dadas conheceremos mundos
Cheios de algo que jamais os olhos meus sonharam em ver
Novos horizontes, as vezes perto, as vezes distantes
Não me importa, apenas quero estar lá

Então fiquemos assim
Eu deito aqui e você ai no chão
E de olhos fechados para esse mundo
Nos encontraremos na próxima imaginação





domingo, 24 de fevereiro de 2013

Eu vou morrer


Eu vou morrer, morrer
Restará algo
Espero
Quero
Irei morrer
Mas não me desespero
Vivo se fica enquanto houver alguma memória
Estarei vivo ainda nos poemas
Nos dilemas cá escritos
Algum dia eu quis
Algum dia sonhei
Agora apenas escrevo
Não se pode calar as palavras
Se elas forem bem gravadas
Não se pode matar as letras
Se elas forem escritas de amor

E se restar de mim apenas isso?
Estarei em paz
É assim que a vida se faz
Com pequenas marcas em grandes lugares
Ou vice-versa
Ou nada
Mudei a ideia
Agora
Não pode ser assim a vida
Ou sim?
Não pergunte isso a mim
Não sei
Morrei sem saber responder o que é a vida
Morrei sem saber de nada

Antes de morrer
Eu queria ao menos saber, de que tamanho eu fui
Queria ao menos saber qual meu tamanho
Grande? Pequeno?
Remédio ou veneno?
Queria saber se mudei algum rio
Queria antes de morrer saber das coisas além do que escrevi
Se fez algum sentido minhas palavras
Queria saber de tudo que gravei em alguma pele
Saber para onde iriam as coisas se eu não existisse
Aos mesmos lugares!
Estariam iguais...
...As ruas, vilas...
...Os seres, os olhares...
Eu vou morrer
Apodrecer, como todos
Todos os tolos

E assim esperando a podridão
Vou escrevendo
Gravando no escuro as palavras
Escrevendo sem de nada saber
Nem do meu tamanho
Da importância
Ou da distância
Do alfa e omega
Pode ser breve
Pode ser infinito
Pode acabar e continuar eterno

E assim vou acabando
Escrevendo pequenas coisas
Se comparadas aos montes
Ou mesmo aos gigantes
Ou a tudo que poderia ter sido.
A vida
E todo seu poder










Minha promessa

Ainda somos incógnita
Que se entrelaça a simplicidade
Em uma cumplicidade unica
Os opostos iguais na mesma direção

Opostos que se encontram a caminho do horizonte
Onde está a alegria, onde deita-se o Deus Sol
Que ilumina e trás esperança
E a cada passo mais perto está o brilho

Passo passo a passo
Fala letra a letra
Do modo de filosofar nosso
Sobre a complexidade do simples

E nada como o tempo
Para entender os ensaios de debates
E nada como o tempo
Para acalmar a tempestade de vento que cá estava

A ti minha gratidão, minha promessa, meu presente
Uma poesia feita de tempo
E de momentos que fazemos juntos
E de espera por todas as respostas





quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Só quem sabe o significado da poesia
Só quem sabe o som da liberdade
Sabe de minhas alegrias
Sabe de minha saudade

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Leve sonho


Para que viver assim
Perdido em mim?
Nos becos da alma
Na falta de calma

Na balança da vida
Leve sonho
Não pesa
Quem na história já pesou sonho?

Pois é!
Pensei
Serei
Sonhador

E o disse
Perdido
le dei conselho
Leve sonho

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Nos encontramos nos perdendo

Deixe-me olhar você e sua alma
Deixe-me dizer o que vejo
Dei-me falar em calma
Do que é de meu desejo

Sei que seu sorriso vai além dos lábios
Sei que seu encanto vai além do cabelo
Sei que sabes amar. Imagino
Se não sabes, vamos ao menos tentar?

Quero ver o sol ao seu lado menina
Quero elogiar a lua e apontar a ti as mais lindas estrelas
E dizer que elas lá no céu
Não brilham como tu, aqui que me ilumina

E sentados na penumbra
Equilibrados em nuvens
Olharemos os dias que vão se passando
Enquanto agente vai ficando, um com o outro

E entre olhares e sorrisos vamos nos ganhando
Enquanto estamos nos perdendo nessa paixão
E por que não, dizer nesse amor?
No seu calor me perco ao menos no tempo

Não existe nada melhor, professo 
Do que viver além do tempo
Sentindo apenas o vento macio
E seu corpo que me abraça e me segura






quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Oração ao Ser


Que quando houver ausência de mim mesmo
Que eu negue o mal caminho
Que eu fique sozinho, murmurando, chorando

Que quando houver ausência de mim mesmo
Que eu não deixe a cólera ser nefasta
Que eu não perca as minhas memórias
Que eu apenas olhe a pessoa que se afasta, sem a ela ofender

Quando houver ausência de mim mesmo
Eu não serei eu, eu sei, mas espero ainda existir
Que aja os olhos desejando sempre o mesmo fim
Espero não precisar temer a mim

Que quando houver ausência de mim mesmo
Eu não dilua os sonhos construídos
Eu não quero ver no espelho o rosto que não reconheço
Quero ainda ser eu, quero ainda ser o que pareço

Que eu não olhe para trás e veja desejos destruídos
Que eu não negue o futuro, que eu me mantenha no presente
Que eu não fique me negando para legitimar a derrota
Espero não me perder, espero não parecer, monstro

Que quando eu estiver caído
A Bússola seja o sorriso
Para que eu não fique eternamente perdido
Que com minha perna de pau encontre o tesouro

Para então colher, os louros da vitória
Que quando houver ausência de mim mesmo
Eu tenha a coerência de olhar ao lado
E ver minha história ainda desenhada no muro

Que quando houver ausência de mim mesmo
O uro seja de libertação e não de ódio
Que a lágrima seja de saudade
E não de vontade de manter o que era erradio



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

E esse menino?

E Esse menino que corre pelo terreiro?
Vende saúde e saudade
Mesmo com tão pouca idade
Sabe sorrir e encantar

E Esse menino lindo de morder?
É em criança existe isso
lindo de morder
E se fosse homem grande?
Seria lindo de que?

E esse menino?
O que espera da vida?
Quem sabe um dia, irá esperar
Agora o que vejo apenas a espera
Pela próxima vez de brincar

E esse garoto rebelde?
Já se acha homem feito
Mas jamais está satisfeito
Com a vida que leva

E esse rapaz gentil?
Ontem era menino agora está ai
Andando chutando pedras
Enquanto cheio de sonhos olha o céu anil

Um dia foi menino de morder
E agora quer apenas ser
Ser Homem, ser gentil, ser sonho!
Ser alguém, além, de tão simplicidade de tantos seres.