As vezes chuto o muro achando que a culpa é dele
Mas sempre há tempo de lembrar o fato das coisas
Do que se foi na água forte no lago do tempo
Só queria ter o poder de inspirar
Ter algo em meus braços, que fosse de desejo
Nas noites e dias, em que não há nada além de amar
Quando as estrelas estão muito longe
As distâncias que só se pode saber medindo, não existem
Está errado os lugares das coisas, todas misturadas
Para que fosse certo, teria que ser diferente
Separação que não é feita por fronteiras, sim pela vida
Ali do lado está o desejo, a alegria e felicidade
À alguns passos, da estrada em frente
Além do portão fechado, era apenas ter algo a mais
Um livro de folhas amarelas, um papel de poema
Coisas simples ali ao lado sempre chamavam
Com voz carinhosa, e uma TV de filmes
De verdade as fantasias normais de dia dia
As fronteiras muitas vezes não são o problema
O problema e a simplicidade que encanta
Que canta, ressita e dança, que me puxa
E quer tirar-me do lugar de origem
Mas meus pés estão no chão sem vontade e coragem para voar.
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