domingo, 26 de agosto de 2012

Uma casa sem teto mas politica

Bem vindo meu Sr. ao lugar onde vivo humildemente
Quem diria que tu voltarias depois de tanto tempo
E ainda trazendo consigo tinta e pincel
Para pintar minhas memórias e criticas
Para pintar meu céu, o relento

Sei que a visita é de certo interesse
É rara e rechiada de palavras mentirosas
Que se tornarão promessas ociosas pelos próximos anos
Na consciência sei que nem meu nome sabe de fato

Ora meu senhor, entre aqui em meu lar e aceite minhas desculpas
Pela calça velha, pela camisa rasgada e a falta de chinelo
Pela casa sem teto, sem saneamento, sem café a lhe oferecer
Saiba que o que eu mais queria era receber-lhe bem

Desculpa pela falta de segurança
Pela falta de conforto na parede de lada
Pela falta de esperança no olho
Perdão por nem mesmo entender suas palavras difíceis

Queria eu ter um salário e lhe comprar boas comidas para o receber
Queria eu ter sofá e chamar a ti para sentar
E ainda ter estudo o bastante para entender a politica
Queria que minha rua tivesse nome
Para que o senhor não a encontrasse apenas a cada quatro anos





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